Uma semana após a detenção de um senador da França indiciado por drogar uma mulher em sua casa para cometer agressões sexuais, a deputada que fez as acusações falou pela primeira vez sobre o caso nesta segunda-feira (21). Sandrine Josso, deputada do partido de centro-direita MoDem, relatou, em entrevista às emissoras France 5, que sua bebida estava estranha, mas ela achava que era uma “champagne de má qualidade”.
Ela contou que o senador Joël Guerriau, da sigla de centro-direita Horizons, a incentivava a beber e ligava e desligava as luzes, o que médicos depois disseram que aceleraria o efeito da droga. “Fui, com toda a amizade, celebrar com confiança a reeleição deste senador que conheço há dez anos”, disse a deputada. “Eu estava na sala, ele na cozinha. Ele me serviu uma taça de champagne da cozinha, não vi a taça antes de ele servir sobre a mesa”, acrescentou.
Em seguida, a deputada afirma que deu um primeiro gole e sentiu um gosto estranho “Estava açucarado. Achei que talvez fosse porque eu estava cansada ou a champagne fosse de má qualidade”, afirma.
O Ministério Público de Paris afirmou, na semana passada, que Guerriau foi colocado sob custódia policial, na quarta-feira à noite (15), após ser denunciado “por administrar a uma pessoa, sem seu conhecimento, uma substância suscetível a alterar o seu discernimento ou controle das suas ações, para cometer uma violação ou agressão sexual.”
O órgão disse ainda que cumpriu uma busca na residência do senador e confirmou a presença de ecstasy em seu domicílio. Sandrine Josso afirma que o senador insistia para que brindassem “uma segunda vez, uma terceira vez, achei isso estranho”, diz.
Minutos depois dos primeiros goles, a deputada começou a sentir palpitações, mas inicialmente pensou que se sentia mal porque estava em jejum. Ela pediu algo para comer a Guerriau, mas o mal-estar não passou. “Ele acendia a luz com muita intensidade e depois diminuía. Não entendi. Os médicos me explicaram que era para ativar os efeitos da droga”, conta.