O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, poderão se encontrar pela primeira vez desde que o militar, que recentemente fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), foi preso em maio.
O 'cara a cara' pode acontecer na CPMI do 8 de janeiro, que investiga os atos antidemocráticos, que culminaram na invasão das sedes dos três poderes, no começo de 2023. Isso porque a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora dos trabalhos da CPMI, protocolou na quinta-feira (15) um pedido de acareação entre Bolsonaro e Cid.
BOLSONARO E MAURO CID
No documento, Eliziane argumenta que um dos desdobramentos mais importantes alcançados pela CPMI foi a vinculação de Mauro Cid com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
No entanto, a senadora pondera que essa vinculação não ocorreu por iniciativa dele mesmo, "mas no estrito cumprimento de ordens superiores, aparentemente antijurídicas". É por causa disso, acrescenta a senadora, que há a importância da acareação entre Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens.
Para Eliziane, a CPMI "precisa se debruçar sobre a verdade dos fatos atinentes à ajudância de ordens, sobretudo dentro do contexto recente de fechamento de um acordo de colaboração premiada entre a Polícia Federal e o Senhor Mauro Cid, já devidamente homologado pelo Supremo Tribunal Federal".
MAURO CID FORA DA CADEIA
No último sábado (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liberdade provisória a Mauro Cid e homologou o acordo de delação premiada firmado pela Polícia Federal com o militar.
Cid estava preso desde maio, sob suspeita de envolvimento em uma suposta fraude em cartões de vacinação contra a covid-19, inclusive o de Bolsonaro.
A situação do tenente-coronel se complicou ainda mais coma operação deflagrada pela PF para apurar o desvio de presentes recebidos em viagens oficiais pelo governo do ex-capitão.