O DNA copeiro do Boca Juniors, ou o jogo vistoso do Fluminense. A final da Copa Libertadores de 2023, no sábado (4), no Maracanã, terá a obsessão "xeneize" pelo sétimo título contra o sonho tricolor de conquistar o continente pela primeira vez. Uma receita perfeita para um bom jogo de futebol sem um claro favorito, que será apitado pelo árbitro colombiano Wilmar Roldán a partir das 17h (horário de Brasília).
O Boca vai disputar sua 12ª decisão de Libertadores e quer igualar o recorde de sete títulos do Independiente de Avellaneda, maior campeão da história do torneio. Três dessas conquistas (2000, 2001 e 2007) tiveram como maestro Juan Román Riquelme, maior ídolo e hoje vice-presidente do clube argentino. Já o Fluminense, um dos grandes do Brasil, nunca levantou o troféu da Libertadores. O mais perto que chegou do título foi a final de 2008, em que o time carioca foi derrotado nos pênaltis pela LDU do Equador.
As autoridades do Rio de Janeiro esperam a presença de 150 mil argentinos na cidade no dia da final. A Conmebol reservou 20 mil ingressos para os torcedores de cada equipe. No entanto, o clima festivo foi perturbado pelo episódio de violência vivido na quinta-feira, quando torcedores de Fluminense e Boca entraram em confronto na praia de Copacabana, incidente que a Polícia Militar do Rio de Janeiro reprimiu com gás lacrimogênio e balas de borracha.
Estratégia pura
Pelo histórico na competição, o Boca Juniors chega com leve vantagem sobre o Fluminense, que conta com o estilo ousado e ofensivo do técnico Fernando Diniz. "Nós nos preparamos bem para jogar este jogo, para a grande final. Com certeza vamos ser apoiados por muita gente. Todo o país está esperando por este jogo. Vamos jogar bem, estamos muito preparados", disse o técnico do Boca, Jorge Almirón em declarações à Conmebol.
"Tenho mais uma oportunidade de disputar uma final, por isso esperamos vencer. Há muita expectativa e muita vontade de vencer", acrescentou Almirón, que levou o Lanús à decisão da Libertadores em 2017, que terminou com o título do Grêmio.
Valentín Barco, Edinson Cavani, o goleiro Sergio Romero, Frank Fabra, Pol Fernández e o capitão Marcos Rojo - que não joga a final por ter sido expulso nas semifinais - são os destaques da temporada no Boca, pouco vistoso em campo, mas eficiente, graças a sua mística copeira. "Vim aqui querendo que esse time tenha um bom desempenho, e esses passos que demos na Copa Libertadores me deixam feliz e orgulhoso da decisão que tomei", disse o artilheiro Cavani.
Fluminense letal
Organizado taticamente, o Fluminense é uma equipe que faz da posse de bola uma arma letal, um estilo que levou o técnico Fernando Diniz a assumir também a Seleção Brasileira. O Tricolor ataca bem pelas pontas e pelo meio, gera entre cinco a oito chances de gol a cada jogo e conta com um goleador iluminado: o argentino Germán Cano, artilheiro da Libertadores com 12 gols.
Mas, nas semifinais contra o Internacional, o time carioca mostrou fraquezas. Sofreu. Teve dificuldades para encontrar soluções quando o Colorado se fechou em blocos compactos, jogando no contra-ataque e pressionando a saída de bola, base da construção do jogo do Flu. Para o Boca, repetir essa fórmula não seria um problema, pois o time soube aplicá-la na semifinal contra o Palmeiras.
"É um jogo que, para a minha carreira, se transforma na final mais importante de todas e, para a história do clube, também é a mais importante", disse Diniz. "Vamos enfrentar um adversário extremamente difícil, multicampeão da Libertadores, por isso vai ser um jogo emblemático para o clube", acrescentou o treinador.