Na reunião em que propôs aos chefes das Forças Armadas um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ameaçado de prisão pelo então comandante do Exército, general Freire Gomes.
As informações são do Valor Econômico, que teve acesso à delação premiada que o ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, firmou com a Polícia Federal. O teor do depoimento já foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
REUNIÃO DE BOLSONARO COM FORÇAS ARMADAS
Segundo Mauro Cid, a reunião aconteceu em 24 de novembro de 2022, portanto, após Bolsonaro perder o segundo turno das eleições para o atual presidente, Lula (PT).
O que Bolsonaro pretendia?
Conforme divulgado na quinta-feira (21) pelo UOL, a proposta levada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas envolvia prender adversários políticos e convocar novas eleições. Na delação premiada, Mauro Cid diz que presenciou a reunião e que somente o então comandante da Marinha, Almir Garnier, apoiou a ideia.
AMEAÇA DE PRISÃO CONTRA BOLSONARO
Agora, o Valor Econômico traz novos detalhes da delação. Segundo a reportagem, Cid disse à PF que o comandante do Exército na ocasião, Freire Gomes, disse que não apoiaria golpe de Estado e que: "Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”. O chefe da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Batista, ficou em silêncio. A delação premiada de Mauro Cid já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal.