Após a reunião mensal do Conselho Deliberativo, realizada na última terça (12), os conselheiros do Sport decidiram que a principal uniformizada do clube está banida dos jogos da equipe e de ter acesso às dependências do Leão.
A decisão, já em vigor, surge após a instituição ser penalizada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com oito jogos de portões fechados em competições organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e multa de R$ 80 mil por conta de um atentado protagonizado pelo grupo contra a delegação do Fortaleza, nas imediações da Arena de Pernambuco, após o confronto do time perante o Fortaleza, pela Copa do Nordeste. O vandalismo, com pedras e bombas atiradas no ônibus dos cearenses, resultou em seis atletas feridos.
"Essa não é uma ação individual, mas sim coletiva. Durante a reunião, surgiu a proposta de banir essa torcida de forma institucional, jurídica e política. A decisão foi aprovada por unanimidade. Yuri Romão (presidente do Sport) também estava presente, então isso prova que foi uma ação em conjunto do Deliberativo e do Executivo. Nós representamos os sócios. A partir de agora, esses torcedores de organizada não entram mais na sede, não podem usar camisa, bandeira ou qualquer adereço da uniformizada. É um rompimento total", afirmou um dos conselheiros do Leão, Pedro Lacerda.
O conselheiro, porém, reforça que o Sport vai cobrar também dos órgãos de segurança a identificação e prisão dos culpados pelo atentado contra o Fortaleza. "Podemos proibir a entrada com a roupa da organizada, mas se o cidadão entrar com uma camisa de qualquer cor, não sendo da 'Jovem', aí será difícil identificar.
O Estado precisa criar um mecanismo de reconhecimento facial, com um banco de dados disponibilizado para os clubes. Isso é um problema de segurança pública. Inclusive, vamos mandar um ofício para a Secretaria de Defesa Social e para a governadora Raquel Lyra cobrando respostas sobre o caso", completou.
Recentemente, o Sport fez um ofício pedindo a exclusão de 34 sócios do clube que tem histórico de crimes em estádios e praças públicas. Uma comissão foi criada para analisar o caso e definir se os associados serão banidos. Em um outro documento, encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco, o clube solicitou a efetividade da decisão judicial da extinção das organizadas, ocorrida em 2020.