Os Estados Unidos acusaram a Rússia de financiar uma campanha de desinformação na América Latina para enfraquecer o apoio à Ucrânia e aumentar o sentimento contrário aos norte-americanos e à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “O objetivo do Kremlin parece ser levar propaganda e desinformação com os meios de comunicação locais de uma forma que pareça orgânica para o público latino-americano”, diz um comunicado do Departamento de Estado dos EUA publicado nesta terça-feira (7).
A declaração é a mais recente ação dos EUA em suas iniciativas para enfrentar o que diz ser o uso da desinformação pela Rússia para promover os objetivos de política externa do Kremlin. A embaixada da Rússia não se pronunciou sobre a acusação. Em 20 de outubro, os norte-americanos divulgaram uma avaliação de inteligência antes sigilosa, enviada a mais de 100 governos, em que afirma que Moscou está usando espiões, redes sociais e meios de comunicação estatais para minar a fé pública na integridade das eleições democráticas.
A nova declaração diz que a Rússia usa contatos com a imprensa na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, México, Venezuela, Brasil, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai para espalhar desinformação para enfraquecer o apoio à luta da Ucrânia contra a invasão russa e alimentar opiniões contrárias à Otan e aos EUA. A suposta “campanha de manipulação de informação” foi coordenada por três organizações russas: a Agência de Design Social, o Instituto para o Desenvolvimento da Internet e a Structura, segundo o comunicado. A nota classifica as empresas no setor de “influência por aluguel” que cooptaram a mídia local e influenciadores na América Latina.