A ex-BBB Eslovênia Marques, que realizou no início do ano uma lipoaspiração “UGraft”, recentemente foi criticada nas redes sociais após notícias apontarem que a técnica utilizada pode ser perigosa e de alto risco de saúde, capaz de desencadear consequências como trombose, embolia ou AVC (acidente vascular cerebral).
A influenciadora digital refutou as informações em seu Instagram e sua assessoria de imprensa divulgou uma nota, informando que “a origem do boato é desconhecida e os riscos apontados não condizem com o procedimento de lipoaspiração feito na influenciadora no início do ano.”
O que é a Lipo UGraft?
Além de aspirar a gordura que impede a definição muscular, o procedimento promove a hipertrofia do músculo por meio do enxerto de gordura, que é rico em células-tronco. E, por ser retirada do próprio paciente, a gordura não têm risco de rejeição e oferece um preenchimento natural e duradouro”, explica o cirurgião plástico Maurício Viaro, membro fundador da BAPS.
Alerta de risco em 2016
Em 2016, a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica emitiu um alerta de risco referente a problemas tromboembólicos causados pela injeção de gordura intramuscular no glúteo máximo, como a embolia gordurosa, que pode ocasionar mortes.
A Lipo “UGraft” consiste na transferência de gordura do músculo reto abdominal com a utilização de imagem ultrassonográfica. Segundo a Associação Brasileira de Cirurgiões Plásticos (Brazilian Association of Plastic Surgeons – BAPS), a técnica vem ganhando popularidade, ao permitir que a gordura retirada do próprio paciente seja injetada, promovendo hipertrofia e definição muscular.
A injeção intramuscular de gordura, feita principalmente no reto abdominal, é realizada desde 2017 com a técnica Raft e, desde 2019, a partir da técnica “UGraft”, o aparelho de ultrassom passou a ser utilizado para guiar esta transferência de gordura, trazendo mais segurança
Porém, a BAPS afirma que esse alerta não tem relação ao modo como a Lipo “UGraft” é feita atualmente. “Desde então, essa técnica foi proibida. Hoje, ela é realizada principalmente no reto abdominal, que é o músculo do abdômen, e não tem nada a ver com o glúteo. É um outro tipo de vascularização, um outro tipo de vaso sanguíneo. Então, não existe esse risco”, diz Viaro.
O especialista afirma ainda que, além dos anos de prática clínica demonstrando que não existe risco de morte por embolia gordurosa neste procedimento, uma série de estudos científicos reforçam a segurança da técnica.
Uma revisão realizada na Mayo Clinic, dos Estados Unidos, que inclui 33 estudos publicados entre 1994 e 2022 reportando injeção intramuscular de gordura em diferentes partes do corpo, mostrou que, de 3.582 pacientes, três desenvolveram embolia gordurosa, justamente por terem se submetido ao procedimento nos glúteos, o que não é mais permitido.
No entanto, isso não quer dizer que este tipo de procedimento é livre de perigos. No caso da técnica “UGraft”, os principais riscos incluem infecção da gordura e formação de um cisto oleoso na região tratada. Segundo Viaro, eles podem ser zerados com a realização adequada do método, principalmente com relação ao uso do ultrassom, por um profissional experiente e devidamente especializado.