Justiça espanhola quer extrair vídeos e fotos do celular da ex-mulher de Alberto Fernández

O promotor Ramiro González administra um mecanismo de colaboração para acessar as provas diretamente, e não às capturas de tela enviadas pela denunciante.

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 13h02m

Por Gazeta PE News


Enquanto na Argentina avançam as declarações de testemunhas sobre a denúncia de agressões do ex-presidente Alberto Fernández à sua ex-mulher, Fabiola Yañez, o promotor federal Ramiro González busca extrair diretamente do celular da ex-primeira-dama os vídeos e fotos que serviriam como evidências dessas agressões.

Até agora, é a acusação de Yañez, assistida pela advogada Mariana Gallego, que tem apresentado as provas, ainda que de forma esparsa. Inicialmente, foram apresentadas duas fotografias: uma do dia 11 de agosto, mostrando um hematoma em um olho, e outra com evidências de hematomas nos braços, como se tivesse sido sacudida.

Na sexta-feira, foi apresentado um documento e um vídeo mostrando Yañez tratando um hematoma no olho. Este último vídeo é do dia 22 de junho passado, segundo pessoas próximas à ex-primeira-dama, o que indicaria que houve agressões em dois meses. Além disso, chats e declarações de Yañez sugerem que ela pode ter sofrido outros golpes em julho.

Essa diferença é importante, pois a acusação contra Fernández é por lesões leves e graves, com agravantes. Caso se prove que houve vários episódios, as possíveis penas por cada um deles seriam somadas, expondo o ex-presidente a uma condenação severa.

 

A ex-primeira-dama argentina Fabiola Yáñez e o ex-presidente Alberto Fernández

 

Nesta segunda-feira, o promotor González tomará o depoimento de Daniel Rodríguez, ex-prefeito da Quinta de Olivos. Rodríguez é uma testemunha chave, pois pode ter visto ou ouvido alguma agressão. Até o momento, nenhum testemunha afirmou ter visto Alberto Fernández agredir sua ex-mulher. Os testemunhas disseram ter sabido dos ataques através de Yañez, e alguns deles viram as fotos.

Por isso, o depoimento de Rodríguez é crucial. Entre os investigadores, cresce a ideia de que, a partir de sua declaração, novos nomes de testemunhas podem surgir para serem convocados. Na época das agressões denunciadas, cerca de 80 pessoas trabalhavam na Quinta de Olivos em turnos rotativos. A Justiça busca determinar quem poderia ter estado trabalhando no momento em que as fotos e vídeos supostamente mostram as agressões.

O mesmo se aplica se Rodríguez identificar algum fato de violência. Além disso, está sendo feito um esforço para concretizar o depoimento da mãe da ex-primeira-dama, Miriam Yañez Verdugo, que vive na Espanha com sua filha, para confirmar as denúncias e determinar se presenciou alguma das agressões.

O promotor González está avaliando a melhor forma de formalizar esse depoimento, seja por meio de um pedido formal à Audiencia Nacional de Madrid através do Ministério das Relações Exteriores ou por meio de um acordo de colaboração com a Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos, uma rede de promotores.da Gallego disse que apr
esentará para apoiar a denúncia de sua cliente.

 

Fonte: FOLHA PE
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