O “megatraficante” Reinaldo Carvalho de Oliveira, conhecido como “Rei”, foi preso na manhã desta quarta-feira (22) em um apartamento de luxo em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele é apontado pela Polícia Civil como um dos principais fornecedores de maconha para favelas dominadas por uma facção criminosa que atua na capital fluminense.
Com a chegada dos policiais, o suspeito chegou a arremessar o telefone celular e um caderno com anotações pela janela, mas o material foi recolhido por agentes que cercavam o prédio.
Segundo as investigações da Delegacia do Aeroporto Internacional do Galeão, que duraram um mês e meio, de forma sigilosa, a quadrilha comandada por Reinaldo usava pequenas aeronaves para levar drogas ao Mato Grosso do Sul.
De lá, por via terrestre, os carregamentos passavam por Limeira e Nova Odessa, no interior de São Paulo, até chegarem em favelas onde atua a facção criminosa Comando Vermelho, como Parque União, Nova Holanda e Manguinhos, na zona norte do Rio.
Procurado nos EUA
Ainda segundo a Polícia Civil, Reinaldo já foi alvo do Drug Enforcement Administration (DEA), que é a agência antidrogas dos Estados Unidos, uma vez que é apontado como homem de confiança de Iván Carlos Mendes Mesquita. “Don Carlos”, como é conhecido, é um paranaense, piloto de avião, que fugiu do Brasil nos anos 1990 em busca de refúgio no Paraguai, onde se estabeleceu em Pedro Juan Caballero.
“Don Carlos” chegou a ser preso e extraditado para os Estados Unidos, porque a quadrilha liderada por ele trocava armamento de guerra por cocaína com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
De acordo com as investigações, o grupo é responsável, ainda, pela remessa de cocaína ao Brasil. O esquema também envolve pequenos aviões, estabelecendo conexões e rotas do tráfico de drogas com cidadãos nigerianos, radicados em São Paulo, que recebiam a droga e a enviava para Europa e África.
Após ser liberado nos Estados Unidos, “Don Carlos” foi preso também pela Polícia Federal, em 2015, na fronteira com o Mato Grosso do Sul. A partir de então, Reinaldo assumiu as operações da rota, estabelecendo endereço em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
Reinaldo tem diversas passagens pela polícia. Ele já tinha sido preso mas fugiu do sistema penitenciário em agosto de 2018, após ser condenado à pena de mais de 23 anos de prisão por tráfico e associação ao tráfico. Na ocasião, parte da quadrilha foi presa em Limeira, interior de São Paulo, transportando quase 300 quilos de maconha.