Menina baleada em ação da PRF tem parada cardiorrespiratória; ela segue em estado gravíssimo

Quadro de Heloísa foi revertido pela equipe médica após seis minutos.

Publicado em 16 de setembro de 2023 às 18h30m

Por Gazeta PE


Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada na coluna e na cabeça durante uma abordagem feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a madrugada desta quinta-feira, segundo o último boletim divulgado.

O quadro foi revertido pela equipe médica após seis minutos. A menina segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e apresenta quadro hemodinamicamente instável. O estado de saúde da criança se mantém gravíssimo.

Uma testemunha que viu a abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao carro onde estava a menina e sua família filmou a ação policial. Na gravação, o homem diz que os policiais “saíram atirando no carro”. No vídeo, é possível também ouvir, ao fundo, gritos de parentes da criança, que havia acabado de ser baleada.

A menina estava acompanhada dos pais, da tia e de uma irmã, quando disparos foram efetuados contra o veículo. Os parentes dizem que os tiros partiram de agentes da PRF. A família mora em Petrópolis e retornava de Itaguaí, na Região Metropolitana, onde foi passar o feriado de Sete de Setembro.

 

Policial entrou no CTI


O Ministério Público Federal investiga por que um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entrou no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) que Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, está internada após ser baleada durante uma ação da corporação. O policial teria ido ao Hospital Adão Pereira Nunes neste sábado.

A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, disse, em nota, que já identificou o policial que entrou sem farda, mas com um distintivo da corporação, no CTI onde Heloísa está internada. O RJTV2, da TV Globo, teve acesso às imagens das câmeras da unidade, que mostram o policial com o distintivo da corporação entrando no local de acesso restrito.

O Ministério Público Federal (MPF) também pediu o afastamento de todos os envolvidos, por 30 dias e a apreensão das armas dos policiais. Também foi requisitado pelo MPF acesso ao procedimento investigatório interno aberto pela Corregedoria da PRF. Instauramos a investigação criminal. Na própria sexta-feira, determinei que o pessoal (do MPF) fosse ao hospital para que fizéssemos levantamentos e vissem o estado de saúde da menina.

Eles acabaram presenciando parte disso. Um PRF à paisana, com distintivo, mas sem a farda, entrou no CTI. Os agentes do MPF entraram, mas se identificando, passando pelo procedimento de segurança. O PRF disse apenas “assunto policial” e foi entrando. Por quê? O que ele estava fazendo? E por que não se identificou? Quem manda no CTI são os médicos — explicou o procurador da República Eduardo Benones .

Objetivo é entender o que exatamente o agente da PRF foi fazer no local. A partir de amanhã, temos o nome (do policial). Nos reuniremos a partir de amanhã. Eles nos anteciparam que sabem quem é esse policial. Mas, agora, quero entender o que ele foi fazer. Temos a informação de que outros dois agentes entraram do mesmo modo. Não entendo o que está acontecendo.

 

Fonte: FOLHA PE

Eventos do dia