Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada na coluna e na cabeça durante uma abordagem feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a madrugada desta quinta-feira, segundo o último boletim divulgado.
O quadro foi revertido pela equipe médica após seis minutos. A menina segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e apresenta quadro hemodinamicamente instável. O estado de saúde da criança se mantém gravíssimo.
Uma testemunha que viu a abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao carro onde estava a menina e sua família filmou a ação policial. Na gravação, o homem diz que os policiais “saíram atirando no carro”. No vídeo, é possível também ouvir, ao fundo, gritos de parentes da criança, que havia acabado de ser baleada.
A menina estava acompanhada dos pais, da tia e de uma irmã, quando disparos foram efetuados contra o veículo. Os parentes dizem que os tiros partiram de agentes da PRF. A família mora em Petrópolis e retornava de Itaguaí, na Região Metropolitana, onde foi passar o feriado de Sete de Setembro.
Policial entrou no CTI
O Ministério Público Federal investiga por que um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entrou no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) que Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, está internada após ser baleada durante uma ação da corporação. O policial teria ido ao Hospital Adão Pereira Nunes neste sábado.
A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal, disse, em nota, que já identificou o policial que entrou sem farda, mas com um distintivo da corporação, no CTI onde Heloísa está internada. O RJTV2, da TV Globo, teve acesso às imagens das câmeras da unidade, que mostram o policial com o distintivo da corporação entrando no local de acesso restrito.
O Ministério Público Federal (MPF) também pediu o afastamento de todos os envolvidos, por 30 dias e a apreensão das armas dos policiais. Também foi requisitado pelo MPF acesso ao procedimento investigatório interno aberto pela Corregedoria da PRF. Instauramos a investigação criminal. Na própria sexta-feira, determinei que o pessoal (do MPF) fosse ao hospital para que fizéssemos levantamentos e vissem o estado de saúde da menina.
Eles acabaram presenciando parte disso. Um PRF à paisana, com distintivo, mas sem a farda, entrou no CTI. Os agentes do MPF entraram, mas se identificando, passando pelo procedimento de segurança. O PRF disse apenas “assunto policial” e foi entrando. Por quê? O que ele estava fazendo? E por que não se identificou? Quem manda no CTI são os médicos — explicou o procurador da República Eduardo Benones .
Objetivo é entender o que exatamente o agente da PRF foi fazer no local. A partir de amanhã, temos o nome (do policial). Nos reuniremos a partir de amanhã. Eles nos anteciparam que sabem quem é esse policial. Mas, agora, quero entender o que ele foi fazer. Temos a informação de que outros dois agentes entraram do mesmo modo. Não entendo o que está acontecendo.