No Recife com peça teatral, Vera Fischer fala sobre chegar aos 71 anos: "Fico cada vez melhor"

Atriz apresenta com um novo espetáculo, no Teatro do Parque.

Publicado em 01 de setembro de 2023 às 14h03m

Por Gazeta PE


Já faz um tempo que o público não vê o rosto de Vera Fischer em um trabalho inédito na televisão. Isso não quer dizer, no entanto, que a eterna Helena de "Laços de Família" esteja parada. Aos 71 anos e longe das novelas desde 2018, a atriz esbanja vitalidade nos palcos em “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”. Com a peça teatral, que estreou em fevereiro de 2022, Vera tem percorrido o Brasil em apresentações sempre com casa cheia. Agora, é a vez dos espectadores pernambucanos matarem a saudade de ver a atriz em cena.

O espetáculo cumpre temporada de hoje a domingo, no Teatro do Parque. Dirigida por Tadeu Aguiar e escrita por Eduardo Bakr, a bem-humorada montagem traz Vera no papel da aristocrática Dulce Carmona, uma mãe controladora e elitista. Ao descobrir que seu único filho, Lauro (Rafael Sardão), vai se casar com uma mulher que ela não conhece (Marta Paret), a septuagenária declara guerra à futura nora.  A relação de Dona Carmona com o filho é tão surreal e doentia que o resultado é uma comédia. Acho que isso resume bem o que acontece no palco. Estamos encenando um relacionamento distorcido e muito tóxico. É uma peça divertida, muito ácida e que faz pensar sobre como estabelecemos nossas relações de afeto”, explica a atriz, em entrevista à Folha de Pernambuco. Na trama, a principal preocupação da socialite defendida por Vera é manter a imagem de sua família.

Sua maior obsessão é dar ao filho um futuro condizente com a classe social a qual eles pertencem. Para que isso ocorra, ela não se furta de atormentar a todos. “Construí uma personagem cruel e que não se abala com regras sociais ou de comportamento. Ela é venenosa, desleal e bem transtornada. Estou amando fazer essa cobra”, brinca. Comemorando 55 anos de carreira, Vera conta que não parou de trabalhar nem mesmo durante a pandemia de Covid-19. “Tudo é palco. Aprendi que ele existe também em outros ambientes, inclusive no virtual. Quanto a estar fisicamente nos teatros lotados, tem sido maravilhoso”, celebra. Eleita Miss Brasil em 1969, a atriz e ex-modelo ficou marcada no imaginário brasileiro como um “sex symbol”. Até hoje, as publicações que ela faz nas redes sociais rendem inúmeros elogios a sua beleza. No entanto, a diva afirma que nunca permitiu que as cobranças estéticas se tornassem um fardo. “Faço o que quero.

Quem disse que eu tenho que estar sempre bela? Os que acham que eu preciso estar produzida o tempo todo, vão se decepcionar, pois eu continuo indo ao mercado de camiseta, short e chiquinha no cabelo”, defende. Sem tabus na hora de falar sobre a idade, Vera manda um recado para quem subestima sua vivacidade. “É preciso falar sobre etarismo e combater a estupidez de alguns. Os tempos mudaram e essa gente ultrapassada tem que ser silenciada. Tempo é garantia de evolução e eu fico cada vez melhor enquanto ele passa”, diz. Para a artista catarinense, envelhecer é inevitável, mas ela segue cuidando da saúde e tendo uma vida produtiva. “O tempo passa e ponto. Não sou assombrada por ele. O etarismo sempre esteve e está por aí, escancarado nas bocas dos antiquados, na vida dos cafonas. E ele é muito mais cruel com as mulheres. Uma das inúmeras vantagens de chegar aos 71 é não ter mais idade para aguentar gente que insiste em ser relógio estragado parado no tempo”, dispara.

 

Fonte: FOLHA PE

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