A presidente da Mesa do Congresso da Espanha, Francina Armengol, confirmou nesta terça-feira (3) que o Rei Felipe VI irá nomear Pedro Sánchez, secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), segundo candidato mais votado nas eleições do país e presidente do Governo espanhol desde 2018, para formar o governo no Parlamento.
Conforme as informações do jornal “El Mundo”, não há um prazo para a definição, mas Armengol considera que isso possa ocorrer até 27 de novembro. Caso Sánchez não seja bem-sucedido na empreitada, novas eleições serão convocadas.
Negociações no Parlamento
Após tentativas sem sucesso do candidato do Partido Popular, o senador Alberto Núñez Feijóo, o monarca espanhol confiou ao socialista a tarefa de conquistar o apoio da Câmara. Agora, há duas possibilidades: ou Sánchez conquista o apoio da maioria absoluta dos seus membros (176 cadeiras), ou recebe mais votos a favor do que contra.
Em entrevista ao jornal “El País”, Sánchez disse que pretende começar as negociações com parlamentares nesta quarta-feira (4), começando pelo partido Sumar.
“Estou disposto a trabalhar para formar um governo de coligação progressista entre PSOE e Sumar o mais rapidamente possível, com apoio parlamentar suficiente para garantir a estabilidade que o país precisa e continuar a promover políticas progressistas e de convivência”, afirmou.
O socialista comentou ainda as negociações com partidos independentes, em especial os catalães, que vêm propondo uma anistia aos separatistas, e defendeu o cumprimento da Constituição.
“Se o povo espanhol disse alguma coisa em 23 de julho, foi que é impossível presidir o governo nacional sem compreender a pluralidade política do Parlamento e a diversidade territorial da nação. Chegou a hora da política, do compromisso com o país e da generosidade, para que possamos encontrar um caminho em comum e formar um governo. É tempo de liderança”, concluiu.
Por sua vez, Núñez Feijóo, líder da oposição, disse que os espanhóis podem esperar “muitas mentiras” nas próximas semanas: “Pedro Sánchez tem menos apoios do que um mês atrás. Respeitaremos a proposta do chefe de Estado, apesar de todos aqueles que não a respeitaram quando fui nomeado como candidato”.