De janeiro a setembro deste ano, foram feitos 2.369 registros de extorsão nas delegacias do estado do Rio de Janeiro. O número é 55% maior do que o do mesmo período de 2022, quando foram 1.524 casos desse tipo.
Também houve crescimento de 9,8% nos crimes violentos letais intencionais, com 2.555 ocorrências nos primeiros nove meses de 2023, e de 9,3% nos homicídios dolosos, ou seja, com intenção de matar, com 2.472 registros. De acordo com o especialista em segurança pública, Paulo Storani, a falta de impunidade é um dos motivos para o crescimento da violência no estado. “O que nós temos percebido em 2023 é uma explosão de violência”, disse.
Para ele, há uma “sensação de que ‘o crime compensa’ a partir do momento em que determinados delitos, que são importantes de serem controlados, acabam sendo desconsiderados”. E o criminoso, quando ele tem que ficar preso, ele não fica mais preso. Isso é muito ruim para a nossa história e muito ruim para a contenção da violência, que é o papel das polícias. E a gente não consegue atuar na causa do problema. Estamos criando uma ambiência que é favorável à criminalidade. Nos próximos anos teremos um agravamento desse cenário
Queda dos roubos
Por outro lado, os dados mostram que total de roubos teve redução de 14,6% no Rio de Janeiro na comparação com o período de janeiro a setembro de 2022, os roubos de cargas caíram 11,5% e as mortes por intervenção de agente do Estado registraram queda de 28,5%. Segundo o governo do Rio, as forças estaduais de segurança realizaram, em média, 103 prisões em flagrante, recuperaram 40 veículos roubados e fizeram 104 apreensões de drogas por dia em 2023.
“A divulgação dos dados da segurança pública é essencial para que as polícias Civil e Militar aloquem seus recursos de forma mais qualificada. Quando aliamos as estatísticas e a integração entre as polícias com o uso da inteligência e da tecnologia, notamos o impacto positivo nos indicadores da segurança pública”, disse a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Marcela Ortiz.
Força Nacional de Segurança
Para ajudar a conter a violência no estado do Rio, cerca de 300 integrantes da Força Nacional de Segurança começaram a atuar nas estradas do estado do Rio de Janeiro na última segunda-feira (16), em conjunto com 250 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A atuação acontece nas principais rodovias da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana. O policiamento está sendo realizado de forma dinâmica, conforme os dados estatísticos de criminalidade nas áreas a serem reforçadas.
Para o especialista, a ajuda é bem-vinda, mas não suficiente. “300 homens não vão resolver o problema da segurança pública no Rio de Janeiro, sequer poderão auxiliar a Polícia Militar no patrulhamento”, disse. Quando falamos em 300 homens, se trabalharem no regime de 12 horas, e isso não vai acontecer, são 150 homens que vão trabalhar, efetivamente, em turnos. São dois turnos, com 150 homens cada. Isso para a segurança pública do Rio de Janeiro não representa absolutamente nada. Os recursos financeiros, perto do que já é investido pelo estado, também não vão adiantar muito