Investigadores da Polícia Civil que cuidam do caso do assassinato de três médicos, incluindo o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), no Rio de Janeiro, não descartam que a execução possa ter sido feita sem motivação política.
A avaliação preliminar é que os criminosos buscavam outros alvos, e não os médicos assassinados. Uma das linhas da investigação sugere que um dos médicos mortos, Perseu Ribeiro Almeida, pode ter sido confundido com o filho de um miliciano, pois os dois teriam a aparência física muito próxima.
Segundo essa hipótese, a execução encomendada seria a de Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes da milícia que atua na zona oeste do Rio. Chama a atenção da Polícia Civil a “ousadia” dos executores, que dispararam mais de 30 vezes contra as vítimas em um quiosque movimentado e bem iluminado da Barra da Tijuca, com a presença de câmeras de segurança no local.
Os policiais ouvidos pela CNN ressaltaram que as informações ainda são preliminares, e não descartam a possibilidade de vínculo político como motivação. Não são descartadas também as possibilidades de que o caso envolva a milícia no estado do Rio de Janeiro, e de que os executores sejam de outros estados.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, segue outra linha de investigação, e disse que o crime pode ter relação com a atividade parlamentar da deputada Sâmia Bonfim – ou do marido dela, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A deputada Sâmia Bomfim chegou a registrar, no ano passado, um boletim de ocorrência por ter sofrido ameaças de morte.
Nesta quinta-feira (5), o ministro da Justiça, Flávio Dino, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu celeridade nas investigações. O secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli, deve se reunir com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, para tratar sobre o crime, na sexta-feira (6).